Sobre lembranças, cicatrizes e memórias que podiam não voltar mais...
Há alguns dias falei aqui sobre os dias bons...
Aqueles onde parece que o sol vai abrir, e finalmente tudo vai ficar bem...
Mas esses dias não são eternos...
Quando a gente menos espera, vem algo que te derruba...
Uma tempestade...
Uma onda...
Um tiro...
E assim, tudo aquilo volta, como se abrisse uma grande ferida, quase cicatrizada, mas ainda muito visível a todos...
Ah, as memórias...
Elas que trazem alegria, tristeza, angústia, esperança...
Elas que surgem quando a gente menos espera...
Elas que vivem em nossas cabeças, mesmo quando o que se referem já não existe mais...
Como diz a música: como é difícil viver carregando um cemitério na cabeça...
Sim, é difícil. Bem difícil.
Afinal, no cemitério não existe mais vida.
Não existe mais alma.
Mas ainda existe o corpo.
O túmulo.
A placa.
E esses detalhes fazem com que as lembranças permaneçam.
E isso mantém o que está ali morto, de certa forma vivo.
Os cemitérios aqui não precisam ser reais. É apenas uma analogia. Uma metáfora.
Seu cemitério pode ser uma casa...
Um quarto...
Objetos...
Redes sociais...
Sei que hoje, por pouco um corpo não foi exumado.
Ainda assim, foi o suficiente para despertar as lembranças...
Boas e ruins...
E trazer tristeza...
A insônia veio, e por isso estou aqui...
Mas, o que me resta, é lutar..
Contra a insônia...
Contra os fantasmas...
E acreditar que amanhã, ou daqui a pouco, vai ser um dia melhor..
Ultimamente os dias têm sido bons, então, espero que esse tenha sido apenas um escorregão no percurso...
Daqueles que a gente levanta, sai mancando, passando vergonha...
Mas na esperança de esse ter sido apenas mais um tropeço. Mais uma cutucada na ferida.
E que a cicatrização um dia acabe...
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