Sobre tecnologia, empatia e relacionamentos humanos...

A tecnologia e a vida social já estão tão interligadas que é praticamente impossível de se manter um relacionamento de qualquer natureza sem que as duas andem juntas...
E isso tem seus males e benefícios...

Mas parece que foi há muito tempo que tínhamos vida social dependendo apenas de cartas, telefone e afins.
 Quero dizer que não foi há tanto tempo assim. 
Até vivi um pouco dessa época. Posso ao menos falar assim pra não me sentir velho em meio a uma geração que nasceu com a tecnologia nas mãos?

Sim, é fato que a tecnologia tomou conta de nossas vidas. Aqui estou eu, em meu "diário", falando pra ninguém, assim como os diários em cadernos e agendas eram secretos. Alguns tinham até cadeados.
Aliás, até tentei ter diários em minha infância, mas disciplina nunca foi meu forte. E ainda não é.

O que quero dizer aqui não é exatamente sobre a tecnologia e suas consequências boas e ruins, mas sim de como ela pode nos ajudar a viver em sociedade. Ou melhor, de como ela me ajudou a ter amigos incríveis.

Lembro-me, ainda no começo das redes sociais, da desconfiança dos nossos pais em relação à internet e das pessoas que conhecíamos ali. 
Ao mesmo tempo, a descoberta desse mundo de possibilidades não trouxe apenas conhecimento "intelectual", mas também grandes amizades, momentos de alegria, de tristeza...e o principal de tudo, amor, empatia, coragem...
Não falo de amor, no sentido romântico da palavra. Mas sim do amor pelo próximo mesmo.

A internet tem seus males, vicia...
Mas através dela pude conhecer pessoas incríveis. 
Alguns amigos fazem parte da minha vida há anos. 
Alguns tenho contato constante. 
Outros nem tanto. 
Alguns outros surgiram recentemente, e vários deles nunca nem vi pessoalmente. 
Talvez nem os veja.
Mas mesmo antes da tecnologia, o amor, a empatia, as amizades, sempre foram maiores que as distâncias, as barreiras, as dificuldades.
Amizades, namoros, casamentos, precisam sim de proximidade, contato, amor, respeito. 
Mas quando o sentimento é real, eles sobrevivem, com ou sem a tecnologia.

Mas afinal, de onde vem tudo isso?

De repente resolvi falar sobre o assunto, inspirado pelo tweet de uma pessoa que, mesmo recente em minha vida, já posso considerar um amigo. 
Uma pessoa pela qual tenho empatia, e sinto reciprocidade. 
E através dele, me peguei refletindo sobre tudo o que vivi desde os tempos de orkut e fórum do site da UPA, passando por icq, messenger, facebook, instagram, skype, whatsapp e mais trocentas formas de comunicação que já utilizamos... incluindo aí também as cartas (tapado, eu nunca deixaria de te citar aqui).

Me lembrei dos grandes amigos que fiz na frente de um computador. 
Das viagens, shows, encontros, passeios, casamentos, e tantos momentos incríveis que passei com alguns. 
De outros que nunca vi pessoalmente, mas que fazem uma diferença incrível em minha vida. 
De alguns que, mesmo sem nunca ter visto ao vivo, me convidaram para seus casamentos. 
De outras histórias incríveis como a do casal de amigos que venceram anos de distância para casar e realizarem seus sonhos. 
De momentos de luto com outros. 
De discussões. 
Dos quase amores.
Das quase desilusões amorosas.
Das noites em claro, rindo ou chorando com alguém a milhares de kms de distância.
De momentos de angústia que Deus te usa de alguma forma para ajudar um amigo em uma dificuldade.
De amigos que deixaram de pensar de forma parecida com a sua, e mesmo assim, ainda são como irmãos.
De pessoas com as quais me magoei, e depois percebi que o errado era eu. E perdoei, e fui perdoado.


E pensando nisso tudo, só consigo lembrar do que um desses amigos publicou em nosso último encontro, citando aquela velha frase de mãe: "sai da frente desse computador menino!, pensando que ali, o filho ficaria isolado e solitário. 
Mal sabiam as mães, que ali começava uma nova forma de se sociabilizar.

O que elas também não sabiam, e nós muito menos, é que aquilo que estávamos vivenciando era apenas o começo de uma nova forma de se relacionar.
E muito menos ainda, imaginávamos que ali poderíamos encontrar pessoas incríveis, e ter muitos amigos, independente do tempo que não nos vemos, falamos, ou da distância que estamos...

E se você é um desses, você sabe muito bem que estou falando de você.
A lista é grande...muito maior do que eu mereço... 
E sou imensamente grato por isso...


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